domingo, 24 de maio de 2009


A Reengenharia do Tempo

Quando Einstein revelou à classe científica que o tempo é relativo, não imaginava que hoje o tempo seria algo escasso e sinônimo de dinheiro. Cada vez mais as tarefas em quaisquer lugares do mundo são otimizadas em função do tempo. Nossa vida possui muitos relógios; até o corpo humano funciona através de um relógio biológico. De acordo com os meus cálculos, em um ano temos 365 dias, cada dia com duração de 24 horas, sendo que durente esse tempo dormimos umas 7 horas. Quando tivermos 75 anos, teremos vivido 438,000 horas. O que você faria para aproveitar esse tempo? É engraçado como não pensamos em reorganizar nossa vida e principalmente o nosso tempo de existência terrestre.
O livro de Rosiska Oliveira - "A REENGENHARIA DO TEMPO" nos mostra que é possível e urgente que haja uma reorganização, principalmente do modo de vida que levamos, do nosso tempo: como a redução da carga horária de trabalho, da relação empresa-família, dos cuidados da saúde – o que é fundamental para que possamos ter um futuro próspero. A situação em que estamos é problemática, pois com a entrada das mulheres no ambiente de trabalho, não há mais tantas donas de casa e quem cuide das crianças. Se as mulheres não tem mais tempo para a família, imagine os homens. Parece que homens e mulheres estão em uma espécie de competição, ou melhor, seleção natural - que de acordo com o que Darwin pesquisou,  só os mais fortes sobrevivem.
Nosso modo de pensar e agir me faz crer que a vida não é vivida em sua plenitude; que ela é um grande negócio, onde perder tempo é perder dinheiro. Precisamos mudar essa ideologia. De acordo com o livro, não necessitamos obter algo material para nos tornarmos mais felizes. Esse contexto nos revela que as pessoas devem, o mais rápido possível, ter a consciência de que o dinheiro não é tudo e que a felicidade não é algo que se obtém através dele. A felicidade está em pequenos momentos de nossos dias – o segredo para alcançá-la é saber reconhecer quando esses instantes acontecem.
Rosiska também nos explica que em alguns países de primeiro mundo como a Noruega e a Suécia, não ter tempo reservado para a família e para a vida pessoal já é algo que está ficando no passado, graças a mobilização da comunidade junto aos seus governantes.
Acredito que essa mobilização precisa se difundir por todo o planeta. Não será uma tarefa fácil, afinal, toda a mudança, seja cultural, econõmica ou social é gradual. Mas se houver um engajamento entre as comunidades, já é um grande passo.
Provavelmente, para os países subdesenvolvidos, a mudança será muito mais difícil, pois dependem dos países mais ricos, e o sistema político e judiciário muitas vezes é falho.
Enfrentar problemas ambientais, econômicos, sociais, familiares e mais os sentimentais ao mesmo tempo, é uma tarefa para um ser de diversidades e possibilidades, como nós, seres humanos. Só nós suportamos tudo isso, e fazemos com que tudo pareça simples, muitas vezes.
É por isso, pelo despertar da busca por um mundo melhor ,que a reengenharia do tempo é possível. Senão, acordaremos um dia e nada existirá; apenas o tempo, que em sua magnitude permanece fazendo de nós, pessoas que possuem passado, presente e futuro seus passageiros – nos oferecendo o que a sua essência tem de melhor: a efemeridade absoluta.
“É impossível caminhar por uma avenida, conversar com um amigo, entrar em um edifício, relaxar sob os arcos de arenito de uma velha arcada, sem ver um instrumento de medição do tempo. O tempo é visível em todos os lugares. Torres de relógio, relógios de pulso, sinos de igrejas dividem os anos em meses, os meses em dias, os dias em horas, as horas em segundos, cada incremento de tempo marchando atrás de outro em perfeita sucessão. E, além de qualquer relógio específico, uma vasta plataforma de tempo, que se estende por todo o universo, estabelece a lei do tempo igualmente para todos. Neste mundo, um segundo é um segundo. O tempo avança com exuberante regularidade, com exatamente a mesma velocidade em todos os cantos do espaço. O tempo é soberano infinito. O tempo é absoluto”. Os Sonhos de Einstein / por Alan Lightman.